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A função do Selênio em reprodutores caninos
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A criação comercial de cães no Brasil e no mundo está a cada dia mais profissional e com padrões de exigência cada vez maiores, o que exige atenção especial à eficiência do sistema reprodutor dos animais. Além do manejo sanitário, o nutricional tem se tornado fator essencial para melhores resultados reprodutivos. Por isso é necessário conhecer e entender quais nutrientes e/ou ingredientes são adequados para o funcionamento desse sistema.
O selênio demonstrou ser um desses elementos importantes quando se trata de reprodução. É um mineral presente em grande parte do corpo do animal (rim, fígado e musculatura), que constitui uma enzima antioxidante importante que protege as membranas celulares dos processos degenerativos do corpo. Além disso, o selênio é responsável pela produção e regulação do nível de atividade dos hormônios da tireoide, assim como é necessário para o correto funcionamento do sistema imune do animal. Manter o nível adequado desse mineral em cães não parece ser grande problema, visto que hoje grande parte dos animais são alimentados com dietas comerciais (que já contém os níveis necessários), mesmo que estejam misturados a ingredientes caseiros. Segundo a FEDIAF 2019, órgão europeu que traz as exigências nutricionais de cães, os níveis recomendados de selênio para adultos e filhotes saudáveis estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1: Níveis de selênio recomendados pela FEDIAF (2018).
| Unidade | Crescimento | Adultos Manutenção | Fêmea Reprodução |
| µg (matéria seca) | 0,40 | 0,35 | 0,40 |
| µg 1000Kcal) | 1,00 | 0,87 | 1,00 |
Em 1975, Van Vleet observou que, os filhotes de cães alimentados com baixos
níveis de selênio, apresentaram falta de apetite, depressão, dificuldade
respiratória, fraqueza muscular, acúmulo de líquido na pele e coma. Em adultos
ou idosos, não há relatos dessa deficiência. Sinais de intoxicação não ocorrem
com frequência, somente quando o animal que consome um alimento comercial
balanceado é suplementado com níveis extras do mineral.
A forma de absorção depende das suas duas formas na natureza: inorgânica e
orgânica. Inorgânica é absorvida no duodeno (selenito) e íleo (selenato), por
outro lado, sua forma orgânica é absorvida em maior parte pelo duodeno
(selenometionina e selenocisteína) (JACQUES, 2001).
Apesar de existirem diferentes apresentações, a maior vantagem da forma
orgânica, segundo Pehrson (1993), não é a sua maior absorção, mas sim em
sua característica antioxidativa, que, muitas vezes, não é atingida com o selênio
inorgânico.
A integridade e perfeito funcionamento da membrana espermática dependem
dos antioxidantes do organismo. Quando estes não funcionam de maneira
adequada, há o insucesso da fertilização e diminuição do movimento dos
espermatozoides. As enzimas antioxidantes também atuam nos testículos,
dando suporte estrutural específico, além de fornecer a defesa contra
oxidações. (PUTAROV, 2010). Fontes orgânicas do selênio deixam a morfologia
do conteúdo seminal mais eficiente. (SURAI, 2003).
Ambas as apresentações de selênio são encontradas no mercado pet food
nacional e deve-se priorizar as marcas que possuam em seu rótulo níveis que
estejam de acordo com referências mostradas na tabela 1. Dessa forma, pode-
se ter segurança de que os animais recebam a quantidade ideal do mineral e
não apresentem sinais de infertilidade decorrente à deficiência de selênio.
Bibliografia
FEDIAF - The European Pet Food Industry Federation. Nutritional guidelines
for complete and complementary pet food for cats and dogs. The
European Pet Food Industry Federation, Bruxelas, 2019.
JACQUES, K.A. Selenium metabolism in animals: the relationship between
dietary selenium form and physiological response. In: LYONS, T.P.; JACQUES,
K.A. (Eds) Science and Technology in the Feed Industry. 2001. Proceedings…
Notthingham: Notthingham University Press, p.319-348, 2001.
PEHRSON, B.G. Countering selenium deficiency. Feed International. 1993.
PUTAROV, T.C. 2010. Avaliação de fontes de selênio e seus efeitos no perfil
metabólico e condição reprodutiva de cães. Dissertação (MESTRADO).
Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, Botucatu, 72p.
SURAI, P.F. Selenium-vitamin E interactions: does 1+1 equal more than 2?. In:
LYONS, T.P.; JACQUES, K.A (Eds) Nutrition Biotechnology in the Feed and Food
Industries.2003. Proceedings... Notthingham University, UK, 2003. p.59-76.
VAN VLEET, J.F. Experimentally induced vitamin E-selenium deficiency in the
growing dog. Journal of American Veterinary Medicine Association,
v.166, n. 8, p.769-774. 1975.
Autoria do texto:
Capacitação Técnico-Científica da PremieRpet®
www.premierpet.com.br
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